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Nessa terça-feira (08/02), Guilherme Braga Ferreira, Biome Health Project no Centre for Biodiversity and Environment Research na University College London, informou que, como coordenador da pesquisa realizada na região do Mosaico Veredas do Peruaçu, encontrou espécies registradas em pontos dentro e próximos (~ 500m) da área de atuação da SAVE CERRADO. Trabalho iniciado em 2012, no Instituto Biotrópicos. São oito espécies nativas, sendo que duas delas estão na lista global de espécies ameaçadas de extinção, o tamanduá-bandeira e o gato-do-mato-pequeno.

Ao longo de seis anos, Guilherme Braga Ferreira e outros três pesquisadores fizeram expedições ao Cerrado mineiro para instalar armadilhas fotográficas. Seu objetivo: fotografar lobos-guará, tamanduás-bandeira, onças, antas e outros mamíferos neotropicais que vivem na savana mais biodiversa do mundo.

A pesquisa sobre mamíferos tem fortes implicações para as políticas do país, diz Marcus Rowcliffe, cientista conservacionista da Zoological Society of London e co-autor do estudo. “Isso sustenta o argumento em defesa das áreas protegidas.”
Ferreira destaca um importante argumento em defesa da proteção integral: como os grandes mamíferos precisam de muito espaço para sobreviver, diz ele, protegê-los conserva toda a teia de vida da região. Ele constata que a perda dessas espécies já está começando a destruir o tecido ecológico geral do bioma.

O simpático tamanduá-bandeira esteve presente em todos os seis biomas brasileiros. Hoje, contudo, a espécie é considerada possivelmente extinta nos Pampas. Já na Caatinga e na Mata Atlântica, o status é de “quase extinta”. Com populações relativamente estáveis no Pantanal e na Amazônia, o tamanduá-bandeira vem sofrendo drásticas reduções no Cerrado, onde há maior concentração da espécie. A ameaça é causada por motivos que vão da fragmentação do habitat aos incêndios, caça e atropelamentos.

O tamanduá-bandeira é um mamífero de médio porte, parente das preguiças e dos tatus. É o maior entre os tamanduás, podendo atingir 2 metros de comprimento e pesando cerca de 40 kg. Esses animais têm uma cauda grande, com pelos grossos, e é por causa dela que recebem seu nome popular: “bandeira” (em espanhol, é chamado de oso hormiguero ou urso-formigueiro; em inglês, de giant antater ou gigante comedor de formigas). O tamanduá-bandeira possui um focinho alongado e uma boca sem dentes. Eles usam suas garras dianteiras afiadas para desenterrar formigas e cupins, que capturam com a ajuda de uma língua comprida (chega até 60cm) e pegajosa. Tamanduás-bandeiras podem comer até 30 mil formigas em um único dia. Ao nascer, o filhote de tamanduá sobe nas costas da mãe, que o carrega por cerca de seis meses. Se olhar com atenção, perceberá que as listras pretas e brancas da mãe e do filhote se alinham perfeitamente, servindo como camuflagem contra possíveis predadores. O tamanduá-bandeira é uma espécie endêmica da região neotropical e ocorre nas Américas do Sul e Central. Eles vivem em ambientes abertos e florestais.


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